(Foto: Humberto Pradera/Divulgação)
Aliados até os anos 90, mas separados por sucessivas e traumáticas eleições, o senador Jarbas Vasconcelos e o governador Eduardo Campos, deixaram o ódio e o rancor de lado e ensaiam aos poucos uma reaproximação. O gesto do socialista e do peemedebista, nesta terça-feira, pode significar uma reviravolta política em um futuro muito próximo.

 E ninguém duvide disso. Em recente entrevista a um programa do site UOL, Jarbas reconheceu o neto de Arraes como “um político nacional e potencial candidato a presidente da República em 2018″, e aconselhou: Campos tem que ficar longe do PT se quiser crescer nacionalmente. Até bem pouco tempo, o senador nutria um rancor sem fim pelo governador depois de ser “destruído” nas urnas em 2010, ocasião em que oposição foi dizimada pelo socialista em Pernambuco.

A reaproximação de Jarbas e Eduardo tem um peso ainda maior e positivo para o senador. Isolado do PMDB nacional e também no Senado, onde faz uma oposição ferrenha e sistemática ao governo Dilma, o peemedebista vê no gestor pernambucano a “chave” para viabilizá-lo numa disputa futura no Congresso em 2014. Toda a ajuda será bem-vinda. Eduardo tem olhos voltados para o Planalto e Jarbas para o Parlamento (por enquanto).

 O peemedebista conseguiu no Senado um respeito da mídia nacional através de sua postura coerente e crítica em relação às mazelas do PT e ao seu partido no governo. Isso, Eduardo não tem como negar, e enxerga no cacique peemedebista a possibilidade de uma “aliança branca” que beneficie os dois.

Eduardo sabe que o PT já não é mais útil para ele e nem mesmo aqui em Pernambuco o partido consegue se erguer sem um “toque” do socialista, comandante da maior frente governista construída no Estado. Um exemplo é a celeuma em torno da escolha do candidato petista para a Prefeitura do Recife, o que tem tirado a paciência do governador. Se Jarbas e Eduardo estarão juntos contra o PT só o tempo irá dizer, mas as movimentação dos dois pode e muito contribuir para isso. Jarbas poderá ter ao seu lado logo alí, em 2014, um forte cabo eleitoral para a sua reeleição ao Senado. Ele atende pelo nome de Eduardo Henrique Accioly Campos.

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