quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Em sua visita ao Recife, Dilma deve enfrentar protesto de repúdio dos canavieiros



Os produtores de cana nordestinos, que amargam perdas de até 35% nos canaviais em função da seca, decidiram que vão realizar protesto de repúdio à presidente Dilma, durante sua visita ao Recife, no dia 18 de fevereiro. O motivo da ação é a ausência de políticas públicas do governo federal para combater os efeitos da seca no campo.

Os fornecedores planejam trazer milhares de agricultores dos estados de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e de Pernambuco para a manifestação. O setor reúne 21 mil produtores e emprega cerca de 90 mil trabalhadores rurais.

A decisão de realizar um protesto de repúdio partiu dos dirigentes de todas as associações estaduais do segmento regional, que estiveram reunidos nesta quarta-feira (23), na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).

Para o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade Lima, a medida é extrema porque a situação é extrema.

"Perdemos 50% do faturamento por conta da seca e estamos sem condição de investir na nova safra", diz Andrade Lima, diante do que chama de "ociosidade do governo" frente à situação.

O dirigente da entidade regional informa que na próxima semana se reunirá com os ministros da Agricultura e da Integração Nacional para expor a situação do segmento. Lima reivindicará a reedição emergencial do Programa de Subvenção da Atividade Canavieira do Nordeste. Será pleiteado ainda o reajuste do valor do subsídio para R$ 10 por tonelada de cana.

O programa consiste em liberar uma quantia financeira ao produtor por quantidade de cana fornecida às usinas da região. A medida foi defendida pela própria presidente Dilma, em 2008, quando ela era ministra da Casa Civil do então presidente Lula, e esteve na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco.

"Esperamos que o nosso pleito seja atendido em tempo de possibilitar ao produtor o manejo adequado dos canaviais para a próxima safra", diz Lima. Os dirigentes nordestinos também condicionaram a possibilidade de não realizar mais o protesto de repúdio a presidente Dilma caso o governo atenda o pleito do setor.