Os protestos que tomaram conta do Recife nos últimos dias e os jogos da seleção brasileira impactaram o faturamento do varejo da capital pernambucana no mês de junho. A Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife) encomendou uma pesquisa, que deve ser divulgada na próxima semana, para avaliar o impacto do fechamento do comércio ao longo dos dias de protesto e dos feriados em função dos jogos da Copa das Confederações. Somente no último dia 20, data em que uma manifestação reuniu 52 mil pessoas em favor de mais eficiência na execução de políticas públicas, a queda no faturamento diário foi estimada entre 30% e 50%, segundo o presidente da CDL-Recife, Eduardo Catão. Os jogos do torneio e os protestos também afetaram a indústria, mas, neste caso, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), os efeitos serão sentidos a médio e longo prazos.
O presidente da CDL-Recife, Eduardo Catão declarou que o prejuízo com relação ao faturamento só não foi maior porque os bares e os restaurantes ficaram abertos. “Estávamos prevendo um crescimento de 7% no faturamento para o mês de junho”, disse. Após a quinta-feira (20), houve protestos nos dias seguintes, sendo que o último foi registrado nesta quarta-feira (26). Apesar da queda nas vendas, o dirigente acredita que o saldo do mês de junho será positivo. “O prejuízo naquele dia (20) não impactará negativamente no faturamento do mês inteiro”, observou.
Já o vice-presidente da Fiepe, Ricardo Essinger, se mostrou preocupado com a repercussão internacional dos protestos que se espalharam por diversas capitais e cidades do interior do Brasil. “O que nos preocupa é a repercussão lá fora, o que o investidor estrangeiro pode pensar”, declarou Essinger à Folha de Pernambuco. “No momento, ele (o investidor) vai aguardar para definir o melhor encaminhamento, inclusive por causa dos últimos pronunciamentos da presidente (Dilma Rousseff), que acabou voltando atrás em algumas propostas, e mostrou fragilidade política”, acrescentou.
O vice-presidente da Fiepe disse, ainda, que existe uma preocupação do setor em relação às medidas anunciadas pelo Governo Federal para conter as manifestações que continuam acontecendo por todo o país. “Fico preocupado com essa ‘agilidade’ em tentar resolver as coisas (em Brasília) e que o dinheiro para essas soluções rápidas seja retirado de outros lugares, como da infraestrutura, que está ficando cada vez pior”, observou.
Do PE247