Os números da pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (29), que mostram uma queda de 27 pontos percentuais na aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT), dão nova configuração ao cenário da disputa eleitoral de 2014. Antes considerada imbatível, com chances reais de vitória em primeiro turno, Dilma, agora, diante do terremoto das manifestações, tornou-se uma adversária que, na visão de seus adversários, pode ser superada. Neste cenário, quem poderá se beneficiar desta condição é o governador Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco.
E por que Eduardo?
Ainda desconhecido da maioria dos brasileiros – que só se preocupa com questões eleitorais nos três meses em que elas ocorrem –, o provável candidato do PSB pode conquistar a simpatia do eleitor que até mês passado era adepto da presidente. É uma parcela muito significativa da sociedade que não se vê seduzida pelo discurso da oposição, que tem como pré-candidato o senador Aécio Neves (PSDB).
Além disso, dissociado da crise que tomou quase a totalidade dos Estados, mas que não teve grande foco em Pernambuco, Eduardo Campos pode aparecer como uma exceção em meio a governadores que não souberam lidar tão bem com os protestos ou que foram alvo de críticas mais incisivas. Assim que as manifestações ganharam fôlego, o governador pernambucano logo anunciou a desoneração da passagem na região metropolitana do seu Estado.
Feita com habilidade, a estratégia de tornar sua administração vitrine para o restante do país pode ser o estopim para o crescimento de uma provável candidatura a presidente, em meio à insatisfação da população com o atual governo e diante do descrédito e da falta de um discurso consistente da oposição.
Além disso, Eduardo tem agido com parcimônia em meio a toda esta avalanche política que tomou conta do país. Ou seja, não tem aparecido como alguém que tenta tirar proveito eleitoreiro das manifestações com declarações vazias ou despropositadas. Mais um ponto para o provável candidato do PSB.
Informações PE247