sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Trabalhadores da Usina Cruangi poderão ser ressarcidos


As discussões envolvendo os trabalhadores da Usina Cruangi finalmente deverão ter uma solução. Recentemente, a Usina Maravilhas procurou o Ministério Público do Trabalho com proposta de acordo. Apesar de entender que não é responsável pelo passivo causado pela Usina Cruangi, a Usina Maravilhas resolveu se antecipar ao pronunciamento final da Justiça do Trabalho quanto a essas questões, já que algumas decisões já saíram prevendo a condenação solidária das duas empresas.

A proposta baseia-se no pagamento do passivo de duas maneiras: com dinheiro de venda das canas, verba esta já bloqueada e à disposição da Justiça do Trabalho (em torno de R$ 10 milhões) e com crédito que a usina possui junto ao Governo do Estado de Pernambuco, em razão de desapropriação de suas terras (onde foi instalada uma unidade da Fiat). São mais de 2.000 trabalhadores que foram demitidos, em face do fim das atividades da Usina Cruangi, sem que nada tenham recebido até o presente momento, causando comoção social na região, dada a importância histórica e econômica daquele empreendimento, especialmente junto às cidades de Timbaúba e Goiana.

O Secretário de Desenvolvimento Regional do estado, Aluísio Lessa, marcou para a próxima segunda-feira às 10h, uma reunião para que a diretoria da Usina Maravilhas e o Ministério Público do Trabalho apresentem o termo de acordo que foi firmado, dando conhecimento, formalmente, ao Governo do Estado de Pernambuco, quanto ao acerto realizado.

Os trabalhadores interessados poderão aderir ao acordo, de maneira opcional. "Aquele que não aceitar as condições poderá não assinar, e o seu processo individual continuará tramitando. Mas a Usina Maravilhas acredita que a adesão será quase que total, pois a proposta é de pagar praticamente todas as verbas rescisórias, incluindo até mesmo horas extras", declarou o advogado da Usina Maravilhas, Bruno Moury Fernandes, do escritório Lopes & Moury Fernandes, que completa: "Importante salientar o papel fundamental do Ministério Público do Trabalho em todo esse processo. Foi o MPT que conseguiu todos esses bloqueios e somente assim foi possível se chegar a um acordo global. Além disso, graças à maturidade e equilíbrio com o qual o MPT tratou a questão, foi possível se chegar a um denominador comum". Segundo o advogado, após o pagamento desse passivo, a Usina Maravilhas buscará o ressarcimento em face da Usina Cruangi, pelos prejuízos causados.

Do Blog de Jamildo Melo