quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Timbaubense acusada de sequestro diz que queria substituir bebê nascido morto

Ela disse que após parto, ficou vagando pelo Imip, com intenção de sequestro.No último sábado, ela confessa ter levado um bebê de Chã de Alegria


Delegados Herbert Martins e Sérgio Moreira (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Delegados Herbert Martins e Sérgio Moreira falam sobre
o caso para a imprensa (Foto: Katherine Coutinho/G1)
A mulher acusada de sequestrar uma recém-nascida em Chã de Alegria, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, no sábado (16), confessou ter cometido o crime para substituir uma criança que perdeu em janeiro. Ela foi detida pela Polícia na quarta-feira (20) e, na manhã desta quinta (21), a polícia apresentou os detalhes do caso, no Recife. Embora a polícia tenha dito que a suspeita era conhecida como "Carla", nesta quinta foi confirmada a identidade verdadeira da mulher: ela se chama Ângela Maria da Silva, tem 27 anos, e foi presa em casa, no Alto do Cruzeiro, em Timbaúba, também na Mata Norte.


A polícia chegou até ela por meio de denúncias de moradores de Timbaúba. Ângela estava com o marido e vizinhos no momento da prisão. "Ela deu à luz a uma criança morta, mas mentiu ao marido dizendo que o bebê tinha nascido saudável. O marido teria voltado a Timbaúba e ela continuou indo ao hospital, depois de receber alta, sempre, segundo depoimento 'vagando e vendo a criança que tinha perdido'. Essa vontade de ser mãe é que a teria motivado", explica o delegado Herbert Martins, que estava de plantão na delegacia seccional de Timbaúba.
A suspeita teria roubado e rasurado um documento para dizer que a filha dela nascera viva. À policia, ela inicialmente negou que tivesse roubado a criança. "Quando a tia reconheceu o bebê, ela acabou achando por bem confessar", afirma o delegado. Durante o depoimento, Ângela contou que, em um dos dias no hospital, se deparou com a mãe e a avó da criança sequestrada, de onde surgiu a amizade e, após o nascimento, recebeu convite para passar um final de semana em Chã de Alegria. "Ela prontamente aceitou e, em seu depoimento, afirmou que a todo momento tinha esse intuito de subtrair um bebê", conta o delegado de Timbaúba.
Mulher, conhecida somente por "Carla", é suspeita de raptar bebê em Chã de Alegria, em PE. (Foto: Polícia Civil / Divulgação)
"Carla" na verdade se chama Ângela Maria da Silva 
e tem 27 anos (Foto: Polícia Civil / Divulgação)
Depois de pegar o neném, relatou, ela se dirigiu à casa e apresentou o bebê como sendo filho dela. "Estamos investigando se o marido realmente não sabia. Estamos também com pessoas no IMIP [Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira] para saber se ela deu realmente à luz uma criança que nasceu morta. Não tínhamos o nome real dela até o momento da prisão", detalha o delegado de Chã de Alegria, Sérgio Moreira.
Investigação
A avó da criança, que teria dito que conhecia a suspeita há muitos anos, vai prestar novo depoimento. "Elas se conheceram somente no hospital. A avó disse que conhecia não sei por que, talvez culpa por convidar uma pessoa desconhecida para sua casa. Vou reinqueri-la", afirma Moreira.


Uma tia da criança foi até a delegacia de Timbaúba e fez o reconhecimento da suspeita e do bebê, levando-o de volta à família. A suspeita foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina, no Recife. Ela foi autuada em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, subtração de incapaz, parto suposto e falsificação de documento público. Ela já tinha sido presa por furto anteriormente e tinha dois filhos.
Do G1 PE