Os governadores pressionam a presidente
Dilma para que o novo piso salarial dos professores seja com base no índice do
INCP (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou o ano passado em
0,08%. Nesse patamar, todos os Estados teriam condições de arcar.
Mas o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, em depoimento no Senado, anteontem, anunciou que o piso nacional da
categoria passará de R$ 1.187 para R$ 1.451, uma alta de 22,22%. O critério de
reajuste é o aumento do valor gasto por aluno no Fundeb (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica).
A lei prevê que todos os Estados e
municípios paguem no mínimo esse valor por uma jornada de trabalho de 40 horas.
Além disso, um terço da jornada de trabalho deve ser fora da sala, na elaboração
de aula e atendimento a alunos.
Mercadante reconhece que a alta exige grande
esforço de Estados e municípios e, na fala no Senado, fez um alerta aos
governadores que insistirem em não cumprir a lei. Segundo ele, qualquer mudança
no modelo de aumento vai acirrar greves.
Um dia antes, 13 governadores recorreram ao
presidente do Senado, José Sarney, a 500 metros da sala em que Mercadante
participou da audiência pública, para que levasse a Dilma a preocupação dos
Estados com o novo aumento. Alegam que não podem assumir os 22,22% de aumento
aos professores.