sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Operação descobre alimentos vencidos em unidades de ensino na Zona da Mata

Responsáveis pelas escolas não sabiam da situação pois distribuidora alterava prazos


Material foi retirado das dispensas das unidades de ensino
Alimentos fora do prazo de validade foram encontrados em duas escolas públicas de São Lourenço da Mata e em um depósito de distribuição de produtos alimentícios em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata pernambucana. A descoberta foi feita nas últimas segunda e terça-feira (16 e 17) em ação da Polícia Federal em Pernambuco, através de Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos (Delefin) e da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa). Segundo os policiais, os três locais recebiam alimentos da empresa M.P. Distribuidor de Produtos Alimentícios Ltda., que fica em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, investigada dentro da Operação Fastio deflagrada na última sexta-feira (13).

Nas escolas Cleto Campelo e Padre João Collingnon, foram encontrados pacotes de flocão de milho usados na merenda das duas escolas, apesar da data de validade vencida, o que colocava em risco a saúde das crianças e adolescentes daquelas instituições de ensino. Os responsáveis pela escola não sabiam da situação dos produtos porque a validade foi alterada na embalagem pela empresa distribuidora.
Todo o material foi retirado das dispensas das unidades de ensino. Não há registro de problemas de saúde causados pela ingestão desses alimentos. Em contrapartida, no depósito não foi encontrado nenhum lote do item expirado. Tudo o que foi coletado pela Polícia vai passar por uma perícia, que servirá de auxílio às investigações da “Operação Fastio”.
No esquema, também foram flagradas as empresas “A.S comércio e Representações Ltda.”, “Alves e Souza Distribuidora de Alimentos” e “W. Gomes B. Souza”, todas na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. A Justiça Federal proibiu que elas assinem contratos com quaisquer órgãos da União, Estados ou Municípios e os empresários e sócios das empresas estão proibidos de abrir novas companhias. Eles também não podem emitir procurações para que terceiros os representem. Os suspeitos foram indiciados por fraudes a licitações, fornecimento de mercadorias com preços arbitrariamente elevados, falsidade ideológica e formação de quadrilha. As penas somadas podem chegar a 18 anos de prisão.
Também são investigadas as prefeituras de São Lourenço da Mata, Vitória de Santo Antão, Ipojuca e Salgadinho, além de empresas e escritórios de contabilidade. Toda a documentação arrecadada está sendo analisada pela perícia da PF e pela CGU.
FolhaPE