segunda-feira, 1 de julho de 2013

O novo, de Eduardo Campos, pode sair ganhando

Governador tem tudo para embalar no debate sucessório 
O momento de tensão urbana que toma conta das ruas do País já indicou, segundo pesquisa Datafolha, no fim de semana, que a imagem da presidente Dilma Rousseff (PT) não tem mais a expressão de meses atrás. Ela não posa mais como aquela que dificilmente seria batida na eleição presidencial do próximo ano. Com supostamente apenas 30% de aprovação popular, a petista dá sinais de que precisará realizar mudanças significativas para reconquistar o brasileiro.
Enquanto Dilma tenta buscar uma fórmula capaz de reverter o atual quadro de adversidade, prováveis adversários podem, aos poucos, sendo beneficiados. Contudo, com movimentos precisos e, possivelmente, discretos.
Principal nome que poderia colher bons frutos do desgaste da imagem de Dilma, o presidenciável do PSDB, senador Aécio Neves (MG), não conseguiu ainda encontrar qual deverá ser o seu papel neste momento.
Ao contrário, o tucano tentou aproveitar a lambança da petista, de convocar uma Assembleia Constituinte sem a certeza da constitucionalidade do ato, cometendo outro pecado. Caiu de pau na proposta de chamamento da população para a realização da reforma política. E pior: posou ao lado de José Agripino (DEM) e Roberto Freire (PPS) para fazê-lo. Vestiu-se da capa de velho e conservador.
As ruas pedem o oposto. Querem o novo. E essa novidade precisa ter discurso, cara e histórico de arrojo. Suposta necessidade que pode encontrar no governador Eduardo Campos (PSB) o estandarte para uma mudança na configuração política do Brasil.
No entanto, o socialista, que adora assumir esse discurso de que representa o diferente, a novidade, precisa entrar no debate eleitoral mais global no momento certo. A pressa para não perder a oportunidade pode afastar essa própria oportunidade de suas mãos.
E, claro, administrativamente, ele tem que dá mostras de está em sintonia com o movimento das ruas. Ações como a redução dos R$ 0,10 na tarifa do transporte público, achincalhadas nas manifestações ocorridas no Recife, comprovam que são insuficientes para a garantia do seu ingresso no gosto desse novo Brasil. Como ele mesmo gosta de falar, terá que fazer mais e melhor.

Informações da Folha PE