Amigos e familiares homenagearam músico no Recife
A missa começou por volta das 20h15. O altar e os bancos da capela foram transferidos para a área externa. A cerimônia foi embalada ao som de oito sanfoneiros. Os cantores Nádia Maia, Pulinho do Acordeon, Cristina Amaral e Walkyria Mendes, que entoaram, entre cânticos religiosos, músicas como Ave-Maria sertaneja (de Luiz Gonzaga) e Amizade sincera (de Dominguinhos e Renato Teixeira).
O cantor Maciel Melo assistiu à missa, mas não cantou. Parceiro artístico de Dominguinhos, Maciel, que estava em Garanhuns nos dias da morte e do enterro do sanfoneiro, disse que lhe fez uma homenagem no show do Festival de Inverno.
O clima de distanciamento entre as famílias de Dominguinhos, dividida desde o internamento dele até o velório e enterro, continuou evidente na missa. De um lado, próximas ao altar, estavam a filha, Liv Moraes, e sua mãe e ex-mulher do sanfoneiro, Guadalupe Mendonça. Mais afastado, o filho mais velho do músico, Mauro da Silva Moraes. Visivelmente isolado, Mauro disse sentir saudade de escutar a voz do pai ao telefone.
Após agradecimento de Liv às pessoas presentes na cerimônia, Guadalupe discursou, afirmando que tinha por Dominguinhos um amor incondicional. “Sou a senhora Dominguinhos. Não estou com ele há sete anos, nem a sete meses. Ele tinha ciúmes de me ver cantando para os outros. Só queria que eu gravasse disco. Abdiquei da carreira e da música por causa dele”, disse. “Fiquei com ele até o fim.” No final da cerimônia, o sanfoneiro Camarão tocou a Oração de São Francisco. O Grupo Folclórico Bacamarteiros de Abreu e Lima fez uma salva de tiros.
Do JC
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem