Sudene estendeu a outros bancos oficiais avaliação de créditos pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, para agilizar financiamentos
Em uma mudança para dar mais agilidade aos empréstimos pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o Banco do Brasil (BB) ficou responsável pela análise do crédito de R$ 1,959 bilhão pedido pela Fiat para o coração do polo automotivo de Goiana: a montadora de automóveis e uma fábrica de motores. O empréstimo será pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e o BB fará a avaliação do empréstimo, função até o ano passado restrita ao Banco do Nordeste (BNB). A Sudene espera o relatório do Banco do Brasil para este mês.
A Fiat vai construir em Goiana uma montadora com capacidade para até 250 mil veículos por ano, mais uma planta com capacidade para produzir até 120 mil motores anuais. Devido a atrasos no projeto, a operação comercial, que seria ano que vem, começará apenas em 2015.
“O pedido de empréstimo é tanto para a fábrica de veículos quanto para a de motores”, diz Sabrina Lyra, coordenadora-geral do FDNE.
O Banco do Brasil alega sigilo bancário e comercial para não comentar o assunto.
Só a montadora vai gerar diretamente 4,5 mil empregos diretos. Todo o polo, que contará com 14 fornecedores, terá 12 mil empregos.
“As regras do FDNE foram alteradas para permitir a outros bancos oficiais realizarem a análise de empréstimos solicitados à Sudene. Não só o Banco do Brasil pode executar o serviço, como também a Caixa Econômica Federal”, completa Sabrina.
O crédito da Fiat em análise é resultado da terceira carta-consulta da montadora, que refez duas vezes o pedido, a última para incluir a fábrica de motores. Com ela, a solicitação de dinheiro pelo FDNE subiu de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,959 bilhão.
Os italianos também vão receber recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do BNB. A Fiat terá ainda um campo de provas com 11 tipos de pistas, além de oficinas e escritórios, informa o Banco Nacional de Desenvolvimento, que aprovou o crédito em janeiro passado.
As obras da Fiat estão em andamento, a cargo da construtora paulista Construcap, em consórcio com a norte-americana Wallbridge, empreiteira especializada em obras como aeroportos e plantas automotivas.
No supply park 1 (parque de fornecedores principal, em Goiana), ficarão a Fiat, a fábrica de motores e 14 os fornecedores principais. Mas também está prevista a criação do supply park 2, em Igarassu, onde futuramente serão implantadas outras indústrias do polo. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Márcio Stefanni, o Estado aguarda apenas o sinal verde da Fiat e das demais indústrias para o supply park 2.
Informações do Jornal do Comercio