O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, do PSB, deverá pedir à presidente Dilma Rousseff (PT) anistia dos débitos adquiridos pela a agricultura familiar. A presidente tem encontro na próxima terça-feira (2), em Fortaleza, com governadores de estados que estão sofrendo as consequências da maior seca dos últimos 50 anos.
O governador Eduardo Campos analisa que o crédito dado pelo governo federal através do Seguro Safra para a agricultura familiar não é o suficiente para solucionar os problemas que a seca causou às famílias. Com base em pesquisas do governo do estado e no diálogo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape), Campos avalia que a situação é de "emprobecimento duro", com famílias perdendo tudo o que acumularam nos últimos anos.
Para ele, a anistia é o melhor caminho para que os pequenos agricultores recuperem suas posses e, tanto Pernambuco como o Brasil, rumem à recomposição da economia.
"Perdemos 15% do PIB agropecuaário, perdemos 70% da produção do leite. Estamos perdendo 1 milhão de cabeças do rebanho bovino. Coisas do gênero."
"Tem que ter uma anistia para possibilitar que a agricultura possa abrir crédito pra comprar caprino, ovino, instalar poço, fazer a 'infra' básica para a reconstrução. A pesquisa que nós fizemos e dá conta de tabular, dá conta que 17% das propriedades no semi-árido fecharam as porteiras. Não é brincaidera não. Você imagina chegar num parque industrial onde 17% das empresas fecharam a fábrica?!".
Ele lembra que, apesar de estarmos em meio à pior seca dos últimos 50 anos, a situação vivida pelos sertanejos e agrestinos não é tão ruim quanto a de décadas atrás. Mas
"A seca já encontra mais infraestrutura de recursos hidrícos do que tinha no passado, encontra mais proteção social do que tinha no passado. E que fez as pessoas passarem ela de maneira distinta do que era há 30, 20 anos atrás. Mas nós não conseguimos ainda proteger a economia.
No encontro da próxima terça-feira, em Fortaleza, as conversas devem ser "só sobre seca", de acordo com o governador pernambucano.
Informações do Blog do Jamildo Melo