quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Seca inviabiliza produção canavieira dos fornecedores em 2013

Sem a adoção de políticas públicas, haverá déficit na produção do açúcar e etanol na próxima safra

                          
Mais de 12 mil produtores de cana, representados pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), terão uma redução de aproximadamente 35% da safra por conta da maior seca dos últimos 30 anos. Além dos problemas com a estiagem, o setor ainda convive com a desvalorização de 15% no valor de mercado do preço da matéria prima do açúcar e etanol. O cenário foi apresentado ao deputado Aloísio Lessa (PSB) que vai expor a situação à Assembleia Legislativa e ao Governo do Estado.

Desde março chove abaixo da média na região dos canaviais. Já são oito meses dos efeitos da estiagem nas culturas agrícolas da Zona da Mata do estado. “Além de prejudicar a atual produção de açúcar e etanol, a seca ainda impedira o investimento nos canaviais em 2013, uma vez que ela comprometeu cerca de 50% do faturamento do setor”, contou o vice-presidente da AFCP, Paulo Guedes, ao deputado na reunião realizada nesta terça-feira (13), na sede da entidade.

Cerca de 2,5 milhões de toneladas de cana deixaram de ser produzidas pelos fornecedores independentes em função da redução da safra por conta da seca. O déficit corresponde a R$ 160 milhões. O prejuízo é ampliado quando somado às perdas em relação à redução de 15% no valor do preço da cana. “Quando o índice é calculado no total de toda produção, pede-se R$ 55 milhões”, revelou Guedes, avisando que faltará recurso para investir no trato dos canaviais na próxima safra, tendo em vista que o prejuízo total já chega a R$ 215 milhões.

Diante dos dados apresentados pela entidade e também da situação de várias cidades da Zona Mata em estado de emergência, o deputado solicitou as reivindicações do setor para apresentá-las na Assembleia Legislativa e ao governador Eduardo Campos. “Os produtores da Mata também precisam de programas e ações públicas contra a estiagem prolongada”, pontuou Guedes. O dirigente adiantou que o investimento em insumos para o trato dos canaviais é a principal das reivindicações. “Sem o trato das terras, haverá redução significativa da cana, logo, da produção de açúcar e etanol e impostos oriundos deles”.