Coordenadores destacam a mobilização, mas grande parte dos gestores pernambucanos preferiu não aderir
Como forma de protestar pela queda de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), dezenas de prefeitos de Pernambuco resolveram paralisar parte dos serviços e decretar greve, nessa segunda-feira, véspera de uma caravana de prefeitos a Brasília, marcada para esta terça-feira. Outras dezenas, contudo, preferiam não aderir ao movimento.
De acordo com um dos idealizadores do movimento, Eudson Catão (PSB) – prefeito de Palmerina e presidente do Consórcio de Municípios do Agreste Meridional (Codeam) – 89 dos 184 prefeitos aderiram ao protesto, na tentativa de sensibilizar o núcleo político do governo Federal, em especial a presidente Dilma e os ministros ligados diretamente aos cortes de verbas. Catão afirma que, este ano, os municípios perderam mais de R$ 3,5 bilhões, devido à liberação do IPI sobre os produtos de linha branca e veículos, e ainda enfrentam o problema da seca.
Pelos números da Casa Militar, 125 cidades decretaram estado de emergência e 117 delas tiveram o pedido reconhecido. No Sertão são 56 municípios e oito na Zona da Mata. A pior situação é no Agreste, com 61 municípios tendo a situação de emergência reconhecida. “Essa não é uma greve contra a presidente Dilma ou o seu governo. É um alerta. Estamos fazendo isso devido à situação que estamos passando. Tem prefeito que está demitindo porque não está conseguindo fechar a folha de pagamento. Não podemos deixar débito para o ano seguinte, senão seremos pegos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Apesar da situação do Agreste ser uma das piores, prefeitos de algumas cidades resolveram não aderir ao movimento. O de Camocim de São Félix, José Giovani Bezerra (PTB), apesar de não ter comparecido nessa segunda à prefeitura determinou que seja mantido o funcionamento normal. De acordo com a secretária de Finanças, Cristiane Oliveira, não há benefícios com a greve. “O prefeito entende que não vamos economizar com a greve. Então não faz sentindo parar. Ninguém vai cortar folha de pagamento dos funcionários. A grande questão é a escassez de recursos em virtude dos cortes no FPM e a greve não muda esse cenário”, ponderou a secretária.
Do JC Oline