terça-feira, 6 de novembro de 2012

Estado de Pernambuco sob ameaça de falta de gasolina

O cenário é de limite na capacidade de produção das refinarias, consumo recorde no País e dificuldade de distribuição e armazenagem. Aumento de preço é esperado


Pernambuco é um dos Estados sob ameaça de sofrer desabastecimento de combustível neste fim de ano. Nos bastidores, técnicos da Petrobras, da Agência Nacional de Petróleo (ANP), do Ministério de Minas e Energia e representantes do setor tentam contornar a situação. O cenário é de limite na capacidade de produção das refinarias, consumo recorde no País e dificuldade de distribuição e armazenagem. No Estado, o consumidor já enfrenta a falta de gasolina nas bombas desde 1º de outubro. Com diminuição da oferta e elevação do consumo não é preciso ser economista para prever aumento de preços.

Na noite de segunda (5), a ANP divulgou nota admitindo "casos pontuais envolvendo o abastecimento de gasolina, ocorridos recentemente". O governo minimizou o risco de faltar combustível, mas admitiu as reuniões para tratar da demanda na virada do ano, quando o consumo sobe 20%

O presidente do Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Fernando Cavalcanti, calcula que as vendas de gasolina caíram 10% ao longo de um mês. "A Petrobras reduziu de quatro para duas vezes por semana a periodicidade dos navios transportando gasolina para o Nordeste. Nosso parque de tancagem não comporta 15 dias de estoque. A região será uma das mais prejudicadas porque os combustíveis chegam por cabotagem por Suape para serem redistribuídos", observa.

Nas reuniões entre representantes do setor e o governo, as regiões ameaçadas de desabastecimento são Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além dos Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Isso por conta da necessidade do transporte de cabotagem. "Com esses apagões e a seca, os navios de derivados de petróleo estão sendo usados para abastecer as térmicas", completa Cavalcanti.

ETANOL - O desabastecimento de gasolina também não deverá ser compensado pelo setor sucroalcooleiro. As alternativas seriam aumentar a participação do álcool anidro na gasolina (que pode variar de 18% a 25% e hoje está em 20%) ou mesmo dar espaço ao etanol. "A dificuldade é que o álcool não aparece da noite para o dia. 

É preciso que, antes de cada safra, o governo informe qual será o percentual da mistura e que exista uma política de previsibilidade para que o setor possa se preparar. É necessário investir na melhora da produtividade dos canaviais e comprovar aos bancos que temos demanda para garantir financiamentos", diz o presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha.

Do JC Online