USINA CRUANGI S/A
- NOTA DE ESCLARECIMENTO DIRETORIA
A fim de garantir a todos o pleno entendimento dos fatos, cumpre à atual Diretoria da Usina Cruangi S/A esclarecer alguns pontos, através desta nota, aos ilustres Srs. Deputados e Srs. aqui presentes nesta Assembleia.
Com mais de 90 anos de existência e com uma
presença significativa na economia da Mata Norte do estado de
Pernambuco, a Usina Cruangi gerou R$ 164 milhões de
Receita líquida em 2011, gerando mais de 5.000 empregos
diretos e 15.000 indiretos na região dos municípios de
Aliança, Condado, Goiana, Macaparana, Nazaré da Mata, Timbaúba e Vicência no
estado de Pernambuco, além de Caaporã e Pedra de Fogo na Paraíba.
A Usina consumiu, em 2011, R$ 60
milhões em mão-de-obra, R$ 32 milhões de cana de fornecedores, R$ 26
milhões em materiais diversos (como combustíveis,
adubos, defensivos, entre outros); R$ 21
milhões em serviços (aluguéis equipamentos e leasings, fretes e
outros) e R$ 25 milhões em despesas financeiras (com
empréstimos e impostos), ficando a maior parte destes recursos na região.
A Empresa, apesar de carregar uma grande dívida fiscal acumulada
nos últimos 20 anos, manteve-se operante durante todo este
período. A viabilidade da Empresa, porém, nunca foi questionada.
A Usina Cruangi é um dos maiores
parques agroindustriais do estado (foi a 3ª. maior
moagem de cana-de-açúcar em Pernambuco da safra 11/12)
e possui grande quantidade de imóveis rurais produtivos (de
propriedade da usina e de suas subsidiárias).
A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional ingressou, ao
final de 2011, com uma Medida Cautelar Fiscal e, com
esta ação, indisponibilizou os bens da Usina e de outras
empresas do grupo econômico, entendendo que a nova configuração do
grupo poderia gerar prejuízos à União
Federal. Insistimos: foram irrestritamente bloqueados nos autos
da cautelar fiscal bens essenciais à atividade agrícola, a exemplo
de maquinário industrial, veículos atinentes à produção agrícola e a
própria cana-de-açúcar, e ao enfrentamento do período de
entressafra, dificultando a operação e a continuidade da
própria empresa, o que, por óbvio, não é a função da medida judicial.
Este fato, aliado a um descompasso societário, gerou uma grande
incerteza no mercado com relação à capacidade do grupo de honrar seus
compromissos, inviabilizando novas captações financeiras que são
essenciais para o financiamento do período de entressafra.
Assim sendo, com a conclusão da safra, a Empresa rapidamente
extinguiu os recursos disponíveis e começou a não cumprir seus
compromissos firmados, inicialmente com fornecedores e atualmente com o
próprio quadro de funcionários.
A administração tentou de diversas formas retomar as operações financeiras, porém as garantias oferecidas não foram suficientes. Traduzindo em números, houve uma redução de R$ 30 milhões de linhas de crédito com bancos entre Dez-2010 e Junho-2012 (Fonte: SCR - BCB).
A administração tentou de diversas formas retomar as operações financeiras, porém as garantias oferecidas não foram suficientes. Traduzindo em números, houve uma redução de R$ 30 milhões de linhas de crédito com bancos entre Dez-2010 e Junho-2012 (Fonte: SCR - BCB).
Hoje é público o questionamento sobre a continuidade das
operações da Usina Cruangi. A diretoria vem, através desta nota, expressar
publicamente sua opinião que somente através de
(rápida) capitalização da Empresa, com a liberação de
recursos e bens pertencentes à mesma mas hoje indisponíveis,
será possível manter a Usina Cruangi funcionando e garantir
os empregos acima citados. Para que isto aconteça é de suma importância uma
mobilização dos poderes Legislativo, Executivo e Judicial, como
estamos hoje presenciando nesta Assembleia.
Cabe notar que o grupo possui, em nossa avaliação, um patrimônio
superior a todos os passivos hoje existentes, e que a descontinuidade das
operações trará enorme prejuízo não só à Empresa mas também
a todos os envolvidos, em particular aos trabalhadores e fornecedores que estão
conosco nesta longa trajetória.
Grato pela sua atenção,
Usina Cruangi S.A
A DIRETORIA