quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Com exclusividade, diretoria da Usina Cruangi envia um comunicado ao Blog Timbaúba Agora explicando a situação da empresa a população


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USINA CRUANGI S/A - NOTA DE ESCLARECIMENTO DIRETORIA


A fim de garantir a todos o pleno entendimento dos fatos, cumpre à atual Diretoria da Usina Cruangi S/A esclarecer alguns pontos, através desta nota, aos ilustres Srs. Deputados e Srs. aqui presentes nesta Assembleia.

Com mais de 90 anos de existência e com uma presença significativa na economia da Mata Norte do estado de Pernambuco, a Usina Cruangi gerou R$ 164 milhões de Receita líquida em 2011, gerando mais de 5.000 empregos diretos e 15.000 indiretos na região dos municípios de Aliança, Condado, Goiana, Macaparana, Nazaré da Mata, Timbaúba e Vicência no estado de Pernambuco, além de Caaporã e Pedra de Fogo na Paraíba.

A Usina consumiu, em 2011, R$ 60 milhões em mão-de-obra, R$ 32 milhões de cana de fornecedores, R$ 26 milhões em materiais diversos (como combustíveis, adubos, defensivos, entre outros); R$ 21 milhões em serviços (aluguéis equipamentos e leasings, fretes e outros) e R$ 25 milhões em despesas financeiras (com empréstimos e impostos), ficando a maior parte destes recursos na região.

A Empresa, apesar de carregar uma grande dívida fiscal acumulada nos últimos 20 anos, manteve-se operante durante todo este período. A viabilidade da Empresa, porém, nunca foi questionada. A Usina Cruangi é um dos maiores parques agroindustriais do estado (foi a 3ª. maior moagem de cana-de-açúcar em Pernambuco da safra 11/12) e possui grande quantidade de imóveis rurais produtivos (de propriedade da usina e de suas subsidiárias).

A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional ingressou, ao final de 2011, com uma Medida Cautelar Fiscal e, com esta ação, indisponibilizou os bens da Usina e de outras empresas do grupo econômico, entendendo que a nova configuração do grupo poderia gerar prejuízos à União Federal. Insistimos: foram irrestritamente bloqueados nos autos da cautelar fiscal bens essenciais à atividade agrícola, a exemplo de maquinário industrial, veículos atinentes à produção agrícola e a própria cana-de-açúcar, e ao enfrentamento do período de entressafra, dificultando a operação e a continuidade da própria empresa, o que, por óbvio, não é a função da medida judicial.

Este fato, aliado a um descompasso societário, gerou uma grande incerteza no mercado com relação à capacidade do grupo de honrar seus compromissos, inviabilizando novas captações financeiras que são essenciais para o financiamento do período de entressafra.

Assim sendo, com a conclusão da safra, a Empresa rapidamente extinguiu os recursos disponíveis e começou a não cumprir seus compromissos firmados, inicialmente com fornecedores e atualmente com o próprio quadro de funcionários. 

A administração tentou de diversas formas retomar as operações financeiras, porém as garantias oferecidas não foram suficientes. Traduzindo em números, houve uma redução de R$ 30 milhões de linhas de crédito com bancos entre Dez-2010 e Junho-2012 (Fonte: SCR - BCB).

Hoje é público o questionamento sobre a continuidade das operações da Usina Cruangi. A diretoria vem, através desta nota, expressar publicamente sua opinião que somente através de (rápida) capitalização da Empresa, com a liberação de recursos e bens pertencentes à mesma mas hoje indisponíveis, será possível manter a Usina Cruangi funcionando e garantir os empregos acima citados. Para que isto aconteça é de suma importância uma mobilização dos poderes Legislativo, Executivo e Judicial, como estamos hoje presenciando nesta Assembleia.

Cabe notar que o grupo possui, em nossa avaliação, um patrimônio superior a todos os passivos hoje existentes, e que a descontinuidade das operações trará enorme prejuízo não só à Empresa mas também a todos os envolvidos, em particular aos trabalhadores e fornecedores que estão conosco nesta longa trajetória.

Grato pela sua atenção,

Usina Cruangi S.A
A DIRETORIA