Segundo a Fetape, há registros de pessoas passando fome e até um caso de tentativa de suicídio de um trabalhador, inconformado com a situação vivenciada por sua família.
Há profissionais que atuam no estabelecimento há mais de 30 anos e não têm outra fonte de renda.
Na tarde desta sexta-feira (20), Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) devem se reunir para avaliar as negociações que vêm sendo feitas e decidir se haverá ou não o ato reivindicatório previsto para a próxima segunda-feira (23).
“O argumento dos administradores da Cruangi para o atraso dos salários dos cerca de 2 mil canavieiros e canavieiras, de seis municípios de Pernambuco, é o fato de o Tribunal Regional Federal ter bloqueado todo o patrimônio físico e financeiro da usina, por conta de dívidas tributárias com a União”, diz a entidade.
Uma ocupação do pátio da usina, foi realizada no mês de maio, organizada pelos Sindicatos e pela Fetape. O resultado foi um acordo para o pagamento de uma parte das remunerações em atraso, na época.
“A situação é de total insegurança das famílias, pois além da falta de uma renda hoje, para manter suas necessidades básicas, os canavieiros nem sabem se a Usina fará a moagem deste ano. Isso tudo está deixando os trabalhadores muito exaltados”, afirma o diretor de Política Salarial da Fetape, Paulo Roberto.
Ele comenta ainda que estão acontecendo várias reuniões com os gestores da Usina, na tentativa de resolver o problema.
O Estado também foi acionado, tanto para intermediar o diálogo, quanto para garantir ações emergenciais de socorro aos trabalhadores, e tem se colocado a disposição para contribuir com a busca de saídas. A usina Cruangi fez a 3ª maior moagem de Pernambuco na última safra.