A falta de chuva no interior de Pernambuco tem prejudicado a safra de muitos produtos importantes para a mesa do consumidor. Um deles é o feijão, que está disparando no preço. Mas, ele pode ser substituído por outro produto, sem muita alteração nutricional.
Todo mês, feijão não falta no carrinho de Edinete e Marcos. A quantidade varia de dois a quatro quilos por mês. A compra é certa, apesar do preço. “Aumentou muito de um tempo pra cá. Já comprei a R$ 2,80, R$ 2,50, está por R$ 5, R$ 4, R$ 6, um preço meio absurdo”, disse a consultora Edinete Barbosa.
Até o preço baixar, o consumidor vai se virando como pode para economizar. E, neste caso, criatividade e informação sempre ajudam. Uma dica é variar o tipo do feijão. Existem vários, mas três deles têm preços diferentes e características bem parecidas: o verde, o preto e o mulatinho ou carioquinha.
Os preços vão desde os R$ 3,45 a pouco mais de R$ 6,00 o quilo. Com relação as informações nutricionais, o verde é o que passou menos tempo no pé. Não chegou a se desenvolver por completo, por isso, tem menos ferro e fósforo. Por outro lado, tem menos calorias e mais fibras. Bom para quem tem diabetes ou quer perder peso. O preto é o que tem mais fósforo, que dá energia, disposição para aguentar a correria do dia a dia. O mais rico em ferro e vitaminas do complexo B é o mulatinho.
“Posso estar também substituindo o meu feijão pela soja em grãos com uma preparação semelhante. A soja em grãos é o substituto perfeito do feijão, porque ela é rica em ferro tanto quanto o feijão, ela pode ser preparada da mesma forma que o feijão é preparado. Ela ainda tem a isoflavona, que é semelhante ao hormônio estrogênio presente na mulher. Então, mulheres que estão na menopausa, se elas consomem um nível de soja adequado, elas conseguem ter os benefícios da isoflavona, melhorando sintomas que vem associados a menopausa. Então a soja é bastante importante na mesa também”, explicou a nutricionista Brhenda Sobrinho.
E não são as únicas opções. As folhas também podem ser usadas, de acordo com a nutricionista Brhenda Sobrinho. Ela preparou opções para um cardápio variado. “Montei aqui um prato com lentilha, seria um substituto de uma leguminosa, que também é um grão assim como o feijão. A couve que serviria também como uma associação com a leguminosa porque é rico em ferro, ácido fólico e magnésio. Nós temos aqui para colorir o prato uma fração de beterraba, também riquíssima em vitamina A e vitaminas do complexo B. A parte proteica, eu coloquei duas partes proteicas, tanto a proteína texturizada de soja, riquíssima em proteína e baixa em gordura, assim também como o ovo, rico em gordura, mas uma gordura boa. Para diversificar a alimentação que deve ser sempre bem variada. A gente tem dois tipos de grão, tanto o grão de bico como a soja em grãos, semelhante ao feijão em grãos, a gente tem preparações diversas em relação a soja em grãos”, orientou a nutricionista.
Todas essas opções a gente encontra no restaurante de Márcia. Ela aposta em um público que curte a alimentação saudável, mas sabe que uma coisa não pode faltar no cardápio. “A gente sempre tem que tá voltando para o feijão, porque o arroz e o feijão são pontos principais do restaurante”, disse Márcia Helena Leiming, proprietária de restaurante.