segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Maracatus se encontram em Nazaré da Mata nesta segunda


Há mais de 40 quarenta anos, a terra do maracatu, Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte, recebe o encontro desse que é um dos símbolos mais importantes do Carnaval pernambucano. Sempre na segunda-feira (20) de Carnaval, os grupos se reúnem na cidade em uma festa com muito brilho e música. Trinta e duas nações de maracatu são esperadas para apresentações e, este ano, o público atraído por elas deve chegar a 30 mil pessoas.


O Encontro de Maracatus de Nazaré da Mata começa a partir das 8h, com concentração na entrada da cidade. Os grupos seguem em desfile pelas ruas de Nazaré até chegar à praça da catedral de Nossa Senhora da Conceição, no centro, onde se apresentam individualmente. O mestre do Maracatu Leão Mimoso Upatininga, de Aliança, considera a data especial. “É um dia em que temos atenção maior das pessoas. É importante sermos bem vistos”. Os caboclos Mutanja e Porfírio e o jornalista Renan Pimenta são os homenageados do evento em 2012.
Ao todo, 80 nações de Maracatu Rural, ou de Baque Solto, da Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife farão apresentações em três dos quatro dias de Momo comemorados na região. A segunda é a data principal. Coordenador de projetos culturais da Zona da Mata de Pernambuco, Afonso Oliveira acredita que a manifestação cultural faz parte de um Brasil que o próprio Brasil não conhece. “Ele é o retrato de um país que valorizou de forma demasiada o litoral. Que precisa, ainda, durante muito tempo, ser 'desescondido'. Ele já começa a ser percebido, mas vai precisar de muitos anos para o brasileiro entender, brincar e sambar”.

MARACATU RURAL - O Maracatu Rural reúne vários personagens da diversidade cultural de Pernambuco, como Mateus, Catarina, a Burra, o Caboclo de Lança, a Orquestra, o Mestre poeta de improviso, entre outros. A dança tem raízes indígena e negra que, mescladas, deram origem a um movimento tipicamente brasileiro. A música é “complexa e difícil de tocar”, quem dá o ritmo é o Mestre. “Quando o maracatu entra na praça, os caboclos comemoram com grande prazer toda a poesia que o Mestre preparou para eles e para o povo”, conta Afonso.

Foto: Beto Figuerôa/JC Imagens
Do NE10