sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Apevisa apreende 250 kg de arsênico em Vitória. Quantidade daria para matar 100 mil adultos

                                    O arsênico estava em um depósito que pertence ao dono 
                           da casa onde uma tonelada de chumbinho foi apreendida nessa terça
                                                                 Foto: Divulgação
Mais letal que o chumbinho, uma carga de 250 quilos de arsênico foi encontrada em um depósito de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul de Pernambuco, nessa quarta-feira (13). O material, vendido irregularmente como veneno para cupins, poderia matar pelo menos 250 mil crianças ou a metade desse número de adultos, se ingerido. O dono do depósito onde foi achado é ainda proprietário de uma casa onde, nessa terça (12), foi apreendida uma tonelada de chumbinho, produto usado ilegalmente para combater ratos.


Já havia informações de que o dono do chumbinho tinha outro depósito. A ação da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e da Polícia Civil para apurar a denúncia achou cinco tambores com 50 quilos de arsênico, além de 10 mil tubos vazios, que seriam usados quando o produto fosse fracionado para ser vendido. Os 250 quilos do químico foram apreendidos.

De acordo com o gerente geral da Apevisa, Jaime Brito, a suspeita é de que o veneno seria distribuído para o Recife. "Essa quantidade é muito grande para ser distribuída escondida só no Mercado de Vitória", explicou.


Embora tenha venda proibida como veneno para cupins, o produto é liberado para uso industrial, em couros e tintas. Apenas um miligrama de arsênico, se ingerido, já poderia matar uma criança. No caso do chumbinho, a dose letal é maior: 50 miligramas por quilo.

O dono dos depósitos, de 70 anos, foi autuado em flagrante ainda na terça-feira por armazenar produto ilegal. O crime é inafiançável, com pena que pode chegar a 15 anos de prisão. Ele foi encaminhado ao Presídio de Vitória. Agora, a investigação tentará descobrir se outras pessoas participavam do crime. "Uma evidência é que as embalagens eram lacradas com máquinas e nenhuma foi encontrada nos locais", afirmou Jaime Brito.

DENÚNCIAS - A ação dessas terça e quarta-feiras foram feitas após uma denúncia anônima. Para contribuir com informações, há vários canais: por telefone, através do (81) 3181.6425, da Apevisa; do (81) 3184.3833, da Delegacia do Consumidor; do (81) 3421.9595, do Disque-Denúncia; ou do0800.286.2828, da Ouvidoria da Secretaria de Saúde. O gerente geral da Apevisa ainda disponibilizou o seu email para denúncias: jaime@saude.pe.gov.br.


Do NE10