De braços cruzados, mais de 350 trabalhadores da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) participaram de uma assembleia realizada nesta sexta-feira (02) pelo Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE) em frente à empresa, na avenida Cruz Cabugá, em Santo Amaro, área Central do Recife. A categoria deflagrou greve em todo o Estado por tempo indeterminado na última quinta-feira (1º) e rejeitou a proposta oferecida pela empresa que firmava o acordo por dois anos.
De acordo com o presidente do Sindurb-PE, José Gomes Barbosa, a proposta concede reajuste salarial de 8,16%, piso passando de R$ 678 para R$ 1 mil e ticket alimentação diário de R$ 22 e satisfaz a categoria, mas os funcionários não aceitam o acordo sendo bianual. “Nós queremos um acordo que seja renovado a cada ano, e no acordo anual o reajuste é equivalente ao aumento da conta d’água, que foi de 5,19%, mas isso não cobre sequer a inflação”, comentou Barbosa. A proposta ainda prevê implementação da pesquisa salarial, gratificação de férias e auxílio-creche.
Ainda de acordo com o presidente do sindicato, estão suspensos os “consertos de vazamentos, produção e vistoria de erros na leitura das contas”. Já as lojas de atendimento ao cliente funcionam. “Esses serviços são essenciais e não podem parar”, revelou. Com isso, ainda segundo Barbosa, a população não será prejudicada com a greve. “Os serviços de distribuição de água continuam sendo realizados. Cerca de 700 funcionários do operacional permanecem trabalhando nas estações de tratamento e elevatório”, adiantou Barbosa.
O diretor financeiro do Sindurb-PE, André de Monteiro, reforçou a desaprovação ao acordo de dois anos. “Acho digno lutarmos anualmente. Não queremos que a empresa seja privatizada e temos medo de ficarmos sem poder lutar por dois anos”, disparou. Barbosa informou que 2014 é um ano forte para conquistas. “Próximo ano tem Copa do Mundo e Eleições. Temos que aproveitar para conseguir alguma negociação melhor”, completou.
Folha PE
Foto: Jorge Farias/Folha de Pernambuco
