A Câmara Municipal do Recife fez um verdadeiro estardalhaço para promover e, depois, aprovar o seu chamado “pacote ético”, que inclui fim do voto secreto como um dos seus emblemas. A Casa de José Mariano quis mostrar sintonia com a tal voz das ruas. Esse, pelo menos, era o discurso bonitinho que se repetiu no Parlamento ao longo dos últimos dias. Mas, infelizmente ainda dá para empregar um “mas”.
Quando informados da pretensão de alguns manifestantes de “ocuparem” o Legislativo recifense, os nobres vereadores suspenderam a sessão plenária prevista para ontem (3) e anteciparam o recesso parlamentar. A Câmara não se dispôs a dialogar com a mesma voz das ruas que utilizou para promover mudanças que deveriam, há um bom tempo, ser implementadas.
Infelizmente, ações como essa jogam o Parlamento Brasileiro como um dos principais alvos das manifestações pelo País. Aprovação de pacote ético, que, na verdade, deveria ser “pacote travado”, não é avanço. É um ajuste à realidade.
Uma mudança de postura real do Legislativo está na agenda do País. E a resposta a essa agenda não pode ser resumida a tirar da gaveta um conjunto de projetos. Ainda falta muito para a Câmara e outras Casas entrarem no ritmo que a sociedade espera. Vamos aguardar pelo segundo semestre do Parlamento.
Informações do Blog da Folha