quinta-feira, 18 de abril de 2013

Empregos com carteira encolhem em Pernambuco

A entressafra da cana-de-açúcar foi responsável pelo corte de vagas em março, aponta Caged


Redução da atividade sucroalcooleira provocou o corte de 9.301 postos de trabalho
 (Frankie Marcone/DN/D.A Press)
Redução da atividade sucroalcooleira provocou o corte de 9.301 postos de trabalho
Pernambuco perdeu 12.569 empregos com carteira assinada em março. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A redução da atividade sucroalcooleira provocou o corte de 9.301 postos de trabalho na indústria de transformação. Na agropecuária, foram eliminadas 3.239 ocupações como consequência da seca que castiga os municípios do Sertão e do Agreste. Petrolina salvou a lavoura com o melhor desempenho no mês e o saldo positivo de 403 vagas. 

A fruticultura irrigada e as obras de construção civil são responsáveis pelo dinamismo do mercado de trabalho no município, localizado às margens do Rio São Francisco. Raimunda Pereira, gerente da Gerência Regional de Trabalho e Emprego em Petrolina, diz que as lavouras de manga e uva não foram atingidas pela seca porque são permanentes e são irrigadas pelo São Francisco. “A fruticultura movimenta outros setores, como serviços e o comércio.”

A técnica do MTE destaca a efervescência da construção civil na região como responsável pela criação de novos empregos com carteira. “Além da construção de um novo shopping center, temos as obras dos conjuntos habitacionais e edifícios residenciais no município”, enumera. Em relação ao desempenho negativo do estado, Raimunda aponta a entressafra da cana-de-açúcar e os efeitos da seca como fatores que influenciaram negativamente o emprego formal em Pernambuco. 

Ela tem razão. Entre fevereiro e março, os postos de trabalho encolherem 0,95%. Até o Recife perdeu 463 empregos no mês. O desempenho trimestral foi desalentador, com queda de 2% e a eliminação de 26.652 empregos formais. Em relação a março de 2012, o resultado também foi negativo, com a redução de 8.156 vagas. Até a Região Metropolitana do Recife foi afetada pela maré negativa, com a perda de 1.317 postos formais. O Caged retrata o saldo entre as contratações e as demissões feitas pelas empresas durante o mês.

No Brasil, o mercado formal de trabalho reagiu em março, com a criação de 112.450 postos de trabalho. No acumulado do ano são 306.068 novas ocupações formais. O setor de serviços liderou, com saldo positivo de 61.349 vagas com carteira. A indústria de transformação aparece em segundo lugar, com 25.790 empregos. A construção civil continua aquecida e aparece em terceiro lugar, com 19.709 ocupações. 

Informações do Diário de Pernambuco