Clima ficou mais tranquilo depois que manifestante desistiu da ameaça de explodir botijão de gás preso ao corpo
Ontem, o clima ficou tenso depois que o vendedor de sucos Marconi Francisco de 39 anos, acorrentou a perna esquerda ao telhado da casa, com um botijão de gás, uma chave de fenda e dois isqueiros |
Os cerca de 1,2 mil habitantes da Vila do Campo, comunidade que ocupa um terreno localizado entre as praias de Porto de Galinhas e Maracaípe, continuam no local, resistindo à ação de desocupação iniciada ontem pelo 18º Batalhão da Polícia Militar e pelo Batalhão de Choque. A operação tenta cumprir uma liminar expedida pela Justiça em fevereiro, que prevê a reintegração de posse da área onde ficava a casa de veraneio do governo do estado. O terreno foi vendido a um grupo português em 2008 e desde então existe a disputa pela posse. Na área de 70 hectares, deve ser construido um complexo turístico-hoteleiro com dois hotéis.
Nesta terça-feira, 40 casa foram demolidas, restando ainda de pé 116 residências. Ospoliciais permanecem no local à espera da ordem para a retomada da ação. Hoje o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) deve se pronunciar sobre o mandado de segurança e o agravo de instrumento movidos pela Associação dos Moradores da Vila do Campo para derrubar a decisão.
Ontem, o clima ficou tenso depois que o vendedor de sucos Marconi Francisco, 39, acorrentou a perna esquerda ao telhado da casa, com um botijão de gás, uma chave de fenda e dois isqueiros. Ele ameaçava provocar uma explosão caso fosse obrigado a deixar o lugar onde mora há quatro anos, um dos 156 imóveis que estão sendo destruídos na desocupação. Depois de horas de tensão, o homem foi convencido a abandonar a ideia de suicídio.
Durante o dia, o clima na comunidade da Vila do Campo oscilou entre a revolta e a resignação. A maioria dos moradores estava ciente de que suas casas eram irregulares, mas sofria diante da falta de perspectivas quanto a um novo lar e de um suposto abuso dos policiais militares envolvidos na ação. O comandante do 18º Batalhão da PM, tenente-coronel Roberto Galindo, reconheceu que houve tensão no início da manhã, mas não falou em exagero.
Com informações do Diario de Pernambuco