quarta-feira, 20 de março de 2013

Divulgados primeiros números do censo penitenciário de Pernambuco


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O censo recebeu um investimento de R$ 1 milhão e entrevistou toda a população carcerária do Estado (cerca de 25 mil homens e 2 mil mulheres)
Mais da metade (50,34%) dos quase 27 mil detentos de Pernambuco trabalharam na infância para ajudar na renda familiar. 9,1% deles são analfabetos e mais de 60% não têm o ensino fundamental completo. Mais de 40% afirmam que necessitam de atendimento odontológico, sendo o pedido campeão entre as demais especialidades médicas. Esses são alguns dados do primeiro censo penitenciário realizado no Estado, divulgados nesta terça-feira (19).
A pesquisa, que recebeu um investimento de R$ 1 milhão, entrevistou toda a população carcerária (cerca de 25 mil homens e 2 mil mulheres), nos meses de setembro e outubro 2012. O objetivo foi traçar um perfil socioeconômico dos detentos. O censo está em fase final de consolidação de dados e deverá ser divulgado na íntegra ainda neste mês de março.
A metodologia usada na censo, que utilizou desde as informações captadas nos exames de biometria até dados de entrevistas presenciais, com a participação de mais de 200 profissionais, foi apresentada na tarde de hoje, durante o Seminário Nacional: Sistema Prisional e Reinserção Social. O evento, que acontece até esta quarta (20), no hotel Gold Tulip Recife Palace, em Boa Viagem, é promovido pela Secretaria de Ressocialização de Pernambuco (Seres). 
A apresentação dos primeiros números do censo penitenciário foi feita pelo gerente de Tecnologia de Informação da Seres, Fred Haendell. "O mais importante é que buscamos não apenas compilar os dados captados nas 20 unidades do Estado (entre presídios, penitenciárias e cadeias públicas), mas encontrar as causas dos problemas socioeconômicos e propor soluções", disse Haendell. Um outro dado apresentado por ele, relacionado com mercado do trabalho, é que 64% dos entrevistados estavam empregados quando foram presos. "Se compararmos com a taxa de desemprego nacional, que hoje é de 7%, o percentual entre as pessoas que estavam desempregadas (36%) quando foram presas é muito maior". 
Segundo o secretário de Ressocialização, Romero Ribeiro, os dados do censo serão utilizados na elaboração de políticas públicas. "Tínhamos um perfil geral dos detentos, mas esta é a primeira vez que teremos dados exatos sobre áreas específicas, como educação, saúde e família. Essas informações serão fundamentais para traçar novas ações".


Do NE10