quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Um novo retrato para o Brasil no ano que vem


O IBGE divulgará novos resultados de mercado de trabalho, preços, PIB, indicadores sociais e de consumo. A partir do ano que vem, o Brasil vai conhecer melhor o Brasil. As principais estatísticas brasileiras, que orientam as políticas públicas mais importantes, estão mudando e o IBGE começa em 2013 a divulgar os novos resultados que estão sendo preparados desde 2006. Vão mudar as estatísticas de mercado de trabalho, sociais, de consumo, de preços e do Produto Interno Bruto, e o setor de serviços e a saúde ganharam pesquisas específicas. 

Segundo a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, é o maior movimento de reformulação e inclusão de pesquisas já vivido pelo instituto nos seus 75 anos.
— As pesquisas precisam ser reformuladas e ampliadas. Se o IBGE não se moderniza perde a relevância — diz a presidente do instituto.

As estatísticas de mercado de trabalho são as que sofrerão as maiores transformações. A taxa de desemprego, atualmente em 5,3% e medida em seis regiões metropolitanas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ganhará o país. Mensalmente será divulgada taxa de desemprego nacional e ela deverá ser mais alta, se for seguir o padrão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que reformulada será o banco de dados do mercado de trabalho brasileiro. Pela Pnad, a taxa de desemprego em 2011 fora de 6,7% contra 6% da PME. Na última mudança, em 2002, a taxa média subiu de 7,3% para 11,8%.

A taxa deve subir, mas nada radical. De 5,5% para algo entre 6,5% e 7%. A taxa que temos hoje é ridiculamente baixa nesse momento de desaceleração da economia. Vamos começar do zero, mas teremos dados melhores — afirmou Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, no segundo semestre do ano que vem, quando a nova taxa de desemprego será divulgada, virá junto a série desde janeiro de 2012. E a PME permanece simultaneamente viva por um tempo ainda não determinado pelo IBGE. Mas ela vai acabar. Isso é certo. Os estados, as capitais e as regiões metropolitanas das capitais terão levantamento a cada trimestre. Ainda não foi decidido se os dados de rendimento serão divulgados todo o mês ou a cada trimestre.

As informações de educação, migração, fecundidade e dos domicílios continuam apresentados a cada ano. A Pnad do jeito que conhecemos hoje permanece até 2013.
Com a Pnad o ano inteiro colhendo informações, a abrangência geográfica e de domicílios cresce. Passa de 1.100 cidades para 3.464. E número de pessoas entrevistadas sobe de 667 mil para 845 mil. Com isso, o IBGE engrossou o grupo de coleta em 2.150, passando para 4.150 pesquisadores. Segundo Wasmália, será possível chegar a quatro suplementos anuais na Pnad.



João Helio Beserra Guerra (Estatístico do IBGE)
Contato: jhguerra@bol.com.br