Jornais, rádios e televisões estão cobrindo com mais intensidade a seca que aflige os nordestinos. Ela é a maior dos últimos 40 anos e os seus efeitos podem ser sentidos em qualquer cidade do sertão. Rios, açudes e barragens secos, animais mortos na beira das estradas por não terem achado água para beber, carros-pipa insuficientes para atender a todos os necessitados e os prefeitos desesperados com a queda do FPM e a falta de meios para dar assistência a todas as pessoas que os procuram.
Diferentemente das secas anteriores, esta tem pelo menos um atenuante: o bolsa família do governo federal. A ajuda é pequena, mas pelo menos aboliu a fome nas regiões castigadas pela estiagem. Não se vê mais, como no século passado, flagelados perambulando pelas ruas atrás de esmola, nem tampouco invadindo mercados, supermercados e feiras livres. Essa guerra aparentemente está superada, se bem que outra mais grave está apenas começando: a guerra por uma lata d’água.