terça-feira, 15 de maio de 2012

Seca produz mortalidade de canavial e aumenta prejuízo do setor


Os produtores de cana estão reclamando que o ciclo de vida dos canaviais pernambucanos começa a ser afetado pela estiagem no estado. 

Além da perda de parte da safra desde ano, promovendo um prejuízo de R$ 600 milhões, a seca começa a atingir o tempo de vida da planta da cana de açúcar. Cada planta vive seis safras em média, porém, com a significativa escassez da chuva, ela está morrendo antecipadamente, ampliando os problemas do setor sucroenergético.

Segundo monitoramento da chuva em abril, o déficit das precipitações chega a mais de 80% na região canavieira, conforme revela os dados da Agência Pernambucana de Água e Clima. 

A gravidade ainda é maior na Mata Norte, que choveu apenas 7% da média do período, enquanto que na Mata Sul, precipitou somente 25% do esperado historicamente. 

“Com a seca, existe cana que não brota mais”, informa desapontado o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, Alexandre Andrade Lima.

Normalmente, a renovação do canavial é realizada a cada seis anos, período em que a planta perde a sua produtividade. Entretanto, diversas áreas dos canaviais secaram até a morte, sobretudo, na Mata Norte, onde chove menos historicamente. Em Lagoa de Itaenga, por exemplo, choveu apenas 7 milímetros quando a média é de 242mm. 

“Com o impacto negativo na safra, como o produtor investirá na renovação antecipada do canavial”, questiona Andrade Lima.

Para piorar, ainda não começou a chover no mês de maio, aumentando a contabilidade do prejuízo para o setor canavieiro. 


A primeira estimativa de perda divulgada pela AFCP era de 20% da safra, porém, a entidade já fala em 30% de redução. 

“Será um desastre na economia das cidades do interior”, conta Lima. Ele informa que cada mil toneladas de cana perdida, corresponde a seis desempregados diretos no campo. A redução de mão de obra também ocorrerá nos parques indústrias das usinas, pois com a falta da matéria-prima, a moagem começará mais tarde e terminará mais cedo.
 
Jamildo Melo