A dona de casa Joseane Lourenço de Luna, de 35 anos, residente em Vitória de Santo Antão, na Região Metropolitana do Recife (RMR), ainda não conseguiu superar a dor pela perda de seu filho, um bebê de apenas 2 meses, que veio a falecer em circunstâncias bastantes conturbadas. No último dia 26 de março o pequeno Micael Abner foi levado pelos pais para uma consulta de rotina, com o médico pediatra que já o acompanhava. Após a realização de alguns exames, foi diagnosticado um quadro de infecção urinária.
J
A criança foi encaminhada ao Hospital Santa Efigênia, uma unidade particular localizada no município de Caruaru, no Agreste, onde a internação teria sido negada. De acordo com a família, o hospital teria exigido o pagamento de R$ 1.100, através de um cheque caução, alegando que o plano da criança ainda estava em período de carência e o procedimento não havia sido autorizado pela operadora Ideal Saúde.
Os pais não dispunham da quantia e a partir daí começaram uma verdadeira peregrinação em busca de outra unidade hospitalar para internar o bebê. Percorreram por Vitória, Caruaru e também o Recife. Apenas na manhã do dia seguinte, os familiares conseguiram a quantia solicitada e então decidiram voltar ao Santa Efigênia, para internar o pequeno Micael.
Após quatro dias na unidade hospitalar, o quadro da criança se agravou. Ele chegou a sofrer quatro paradas cardíacas, vindo a óbito no último dia 31. A família ficou desesperada e acusa o plano e a direção do hospital por burocracia e desrespeito. Segundo os pais, a demora no atendimento teria contribuído para o agravamento da doença. Joseane Lourenço contratou um advogado e procurou a polícia, onde prestou queixa. O caso ficará a cargo da delegacia de Caruaru.
A diretoria do Hospital Santa Efigênia afirmou em nota que prestou todo o atendimento de emergência ao paciente e que até então não existiria proibição quanto à exigência de cheque caução. De acordo com a direção, a unidade agiu de acordo com a legislação em vigor. O plano Ideal Saúde não se manifestou até o momento sobre o caso. Revoltada, a mãe da criança tem utilizado as redes sociais, pedindo justiça e buscando sensibilizar as pessoas vítimas de casos semelhantes.