Entre os recifenses, presidente e governador estão em empate técnico na corrida presidencial; gestão estadual tem 75% de aprovação
Mesmo à frente de uma gestão cujo índice de aprovação é de 75%, o governador Eduardo Campos (PSB) enfrentaria uma disputa acirrada com a presidente Dilma Rousseff (PT), no Recife, caso a eleição presidencial acontecesse hoje e os dois se enfrentassem. No levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o Jornal do Commercio, os dois aparecem empatados tecnicamente em primeiro lugar. Dentre os 816 entrevistados, 36% declararam voto na petista enquanto 34% afirmaram que votariam no governador. Os outros dois prováveis concorrentes, Marina Silva (ex-PV) e Aécio Neves (PSDB) somaram, respectivamente, 4% e 2 % das intenções de votos. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais.
O número de pessoas que votariam em Eduardo Campos para assumir a Presidência é menor do que o índice de satisfação com a sua administração – 75%, sendo 28% que a consideram excelente e 47% como boa. Do grupo que considerou a gestão como “excelente” (28%), 63% confirmaram o voto no pernambucano. Mas entre os 47% que avaliaram o governo como “bom”, apenas 32% disseram que votariam em Eduardo, enquanto 40% declararam voto em Dilma.
A gestão do governador foi avaliada como “ruim” ou “péssima” por 3% dos entrevistados e enquadrada como “regular” por 19%. A proporção entre a avaliação do governo e as intenções de voto em Eduardo podem crescer, de acordo com o cientista político, quando sua candidatura à Presidência for oficialmente confirmada. “Apesar das suas movimentações, os eleitores ainda não têm certeza se ele é candidato, de fato”, diz.
A pesquisa ainda revela que 55% dos recifenses consultados acham que ele deve participar da disputa presidencial, enquanto 27% opinaram que não deveria. O curioso é que do grupo favorável à candidatura do governador, 33% afirmaram que não votariam nele. “Não há contradição nisso. Só reforça que a interpretação do comportamento do eleitor não é tão simples como os dados sugerem. Parte do eleitorado aprova a gestão do governador, quer que ele saia candidato, mas não vota nele”, analisa Adriano Oliveira.
À margem da polarização entre Dilma e Eduardo estão os presidenciáveis Marina Silva e Aécio Neves. No primeiro caso, segundo o economista e membro do conselho científico do IPMN Maurício Romão fica evidente que o capital político conquistado pela ex-integrante do Partido Verde na eleição de 2010 se diluiu. Um dos motivos, de acordo com Romão, é a ascensão política de Eduardo Campos. Em 2010, por exemplo, Marina obteve 102.142 votos (33,63%) no Recife, chegando em segundo lugar. Em relação a Aécio, o resultado mostra que ele ainda é uma figura desconhecida da população recifense.
METODOLOGIA
Nos dias 1º e 2 de abril, a pesquisa JC/IPMN ouviu 816 entrevistados no Recife, a partir de um plano de amostragem estratificada. O nível de confiança do estudo é de 95%.
Informações do Jornal do Comércio