segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Usina Cruangi: uma novela longe do final, mais um capítulo amanhã no Timbaúba Tênis Clube


Dívida e fechamento de Cruangi serão debatidos por fornecedores


Nove cidades com vocação econômica canavieira, as quais incluem cerca de 400 fornecedores de cana e 8 mil trabalhadores agroindustriais ficarão sem perspectiva com o fechamento da unidade industrial.
  
A Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e o Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado realizarão assembleia com todos os produtores da usina para analisar as medidas que serão tomadas diante do fechamento da unidade e a falta de posicionamento da empresa para quitar dívida de R$ 8,2 milhões.

Na última quarta-feira (5), a usina optou em vender a cana para pagar dívidas com funcionários e não moer este ano, conforme revelam as entidades. Neste sentido, como não houve posição em relação à resolução do débito com os fornecedores, nem atenção ao passivo social que ficará com o fechamento da usina, os produtores debaterão a situação nesta terça-feira (11), às 15h, no Tênis Clube em Timbaúba.

O encontro terá caráter informativo e crítico. “Os produtores ainda estão desnorteados com a notícia do fechamento de Cruangi”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP. Assim, as entidades vão tentar tirar dúvidas, sobretudo, com relação ao futuro da produção de cana nestes municípios. As cidades envolvidas são Goiana, Condado, Aliança, Vicência, Nazaré da Mata, Buenos Aires, Macaparana, Ferreiros e Timbaúba.

O dirigente conta que, infelizmente, após tantos esforços das entidades e parlamentares, não houve sensibilidade por parte dos dirigentes da Cruangi para resolver o problema das dívidas e colocar a usina para moer. Além do caos social que será gerado com o fechamento, a AFCP diz que a unidade continua devendo R$ 8,2 milhões a 140 produtores da safra passada.

Em relação às dívidas pendentes, os produtores analisarão as medidas que serão tomadas. A primeira será o recurso judicial. “Ainda nesta semana, entraremos com uma ação na Justiça para garantir os créditos dos fornecedores”, diz Andrade Lima. Ele informa que outra posição já foi tomada de forma preventiva.

A AFCP e o Sindicape conseguiram que o Ministério da Agricultura suspendesse a Cota Americana de Cruangi. “Contingenciamos aproximadamente R$ 1,2 milhões e só liberaremos se for para pagar este valor integralmente aos produtores”, revela. Ele conclui dizendo que a participação de todos na reunião será fundamental para as entidades explicarem a conjuntura e o que será feito a partir de então para tentar resolver a situação.