O oncologista Artur
Katz, que integra a equipe que cuida de Luiz Inácio Lula da Silva, informou
nesta segunda-feira, 5, que o tratamento contra a pneumonia do ex-presidente
deve durar até duas semanas, o que não significa que Lula terá de permanecer
internado, ao longo de todo esse período, no Hospital Sírio Libanês, na capital
paulista. "Normalmente são de 10 a 14 dias de antibióticos, mas não
obrigatoriamente esse período (de tratamento) se dará no hospital. Uma
vez consolidada a melhora ele pode tomar os antibióticos em casa."
De acordo com Katz,
Lula foi submetido neste domingo, 4, a uma tomografia que não detectou a
presença do tumor na laringe. Mas o exame que vai comprovar o sucesso do
tratamento só será feito após a melhora da inflamação e do inchaço na garganta.
"O que a gente pode dizer é que não se vê um tumor grosseiro",
revelou.
Lula foi internado
no domingo, 4, com febre baixa e com dificuldade para engolir. Segundo o
médico, o ex-presidente já se sente melhor e vem respondendo bem ao tratamento.
Katz contou que Lula não sente mais dor para engolir, apenas um desconforto.
"A dor maior foi ter visto a derrota do Corinthians ontem", disse.
Katz disse que a
restrição às visitas foi necessária não devido à pneumonia, mas para evitar que
o ex-presidente faça esforço para falar, o que causa desconforto na laringe.
"É para tentar fazer o ex-presidente dar uma pausa vocal e falar
menos", explicou. De acordo com o médico, a pneumonia é uma reação
considerada natural ao tratamento que provocou a redução da imunidade de Lula,
além de queda de peso e de seu ânimo geral. Os efeitos da quimioterapia e
radioterapia podem durar de três a quatro semanas após o término das sessões e
a melhora é gradual. "O tratamento ao qual o ex-presidente foi submetido é
extraordinariamente pesado", ressaltou Katz. "Em alguns aspectos, a
tolerância do ex-presidente foi até muito maior que a das maioria das pessoas",
acrescentou.
Embora o presidente
tenha reagido bem ao tratamento, a imunidade de Lula não deve voltar ao níveis
anteriores à doença e ao tratamento. "Evidentemente, muda a imunidade. Não
se pode dizer que ele não tenha uma imunidade boa mas não é uma imunidade igual
ao do passado ou a que voltará ter em breve."