A reconstrução total das áreas atingidas pelo terremoto
seguido por tsunami e acidentes nucleares no Japão deve levar pelo menos uma
década, segundo especialistas do governo. No país, cerca de 350 mil pessoas
esperam por uma casa. Mais de 50 mil moradias temporárias foram construídas.
Pelos dados do governo, os danos são superiores a 156 bilhões de euros.
A ideia é investir 213 bilhões de euros nos próximos dez
anos. Nos primeiros cinco anos, 176 bilhões serão aplicados. Foram aprovados
quatro orçamentos suplementares. Em fevereiro deste ano, foi criada a Agência
da Reconstrução. O objetivo é que ela funcione até 2020, com representações nas
regiões de Iwate, Miyagi e Fukushima, as mais afetadas pelo tsunami de março do
ano passado.
O secretário de Estado para a Reconstrução, Kazuko Kori,
disse que a dificuldade também é considerada grande quando se pensa o que fazer
com “a quantidade de escombros" espalhada pelo país. A estimativa é que
existam de 20 milhões a 25 milhões de toneladas.
Para o governo, outros desafios são a criação de emprego e o
apoio psicológico às vítimas. No total, 163 países e 43 organizações
internacionais ofereceram ajuda ao Japão até o ano passado. Um grupo de 29
países e organizações enviaram equipes de resgate após os desastres.
Apenas na região de Tohoku, no Nordeste do Japão, 342.509
pessoas foram deslocadas. Pelo menos 17 mil estão em casas de parentes e
amigos, enquanto 324 mil moram em abrigos cedidos a custo zero pelo governo.
Por um minuto hoje (11), o Japão parou em homenagem às
vítimas do terremoto seguido por tsunami e acidentes nucleares em 11 de março
de 2011. O minuto de silêncio ocorreu às 14h46 (horário de Tóquio e 2h46 de
Brasília). Em Tóquio e nas principais cidades do Japão, o transporte público
também parou.
Pelo menos 19 mil pessoas morreram ou desapareceram na
tragédia. Para os parentes dos desaparecidos, o fundamental é localizar os
restos mortais. A estimativa é que 3.200 pessoas ainda estejam desaparecidas um
ano depois do terremoto.
Desde as primeiras horas da manhã, as rádios e as emissoras
de televisão transmitem uma programação especial, na qual há relatos
detalhados. As pessoas que perderam parentes e amigos falam de sua dor,
frustração e medo.
O terremoto seguido pelo tsunami atingiu principalmente o
Nordeste e o Centro do Japão. Na área de
Fukushima, houve vazamentos e explosões na usina nuclear de mesmo nome. Com os
acidentes radioativos, o país ficou em alerta e os moradores da região tiveram
de deixar suas casas e até hoje vivem em abrigos improvisados.
No Porto de Ishinomaki, houve uma manifestação, chamada
Marcha da Reconstrução, em homenagem aos mortos. Voluntários distribuíram
flores aos parentes das vítimas. Em Tóquio, várias pessoas estão concentradas
em frente à sede da Tokyo Electric Power Company (Tepco) empresa que administra
a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi - para protestar contra o uso de energia
nuclear.
Agência Brasil