Novo balanço o PAC 2 (segunda etapa
do Programa de Aceleração do Crescimento), divulgado na última quarta-feira,
mostra que o custo da obra de transposição do rio São Francisco teve mais um
aumento bilionário. O projeto, que inicialmente era orçado em R$
4,6 bilhões, agora custa 77,8% mais caro: R$ 8,18 bilhões, de acordo com o
relatório do
Ministério do Planejamento. Diante da estimativa anterior de R$
6,85 bilhões, feita em 2011, o reajuste é de 19,4%.
Desde 2007, quando as
obras começaram, o preço da transposição foi alterado uma vez durante o governo
Lula (2003-2010) e duas durante a gestão de Dilma Rousseff. O governo diz que as alterações
são resultado do melhor detalhamento das obras pelos projetos executivos e de
mudanças na metodologia de acompanhamento.
De acordo com o
relatório, entre 2007 e 2010 foi empenhado (reservado para o gasto) R$ 1,8
bilhão só nos 287 quilômetros do eixo leste da obra, entre Paraíba e Pernambuco.
Até 2014, o governo planeja empenhar R$ 1,1 bilhão.
Já
no eixo norte, que se estende por 426 quilômetros em Pernambuco, Paraíba, Ceará
e Rio Grande do Norte, o empenho foi de R$ 1,7 bilhão nos primeiros quatro anos.
Até o final do governo
Dilma devem ser investidos outros R$ 3,2 bilhões, e mais R$ 386 milhões estão
previstos para depois de 2014.
O eixo leste, que
deveria ter sido inaugurado em 2010, tem 48% de execução. A última previsão de
conclusão é dezembro de 2014.
O eixo norte deveria
ficar pronto neste ano. Tem 19% de execução. Com três lotes parados (3, 4 e 7),
aguardando rescisão contratual, a conclusão deve ficar somente para dezembro de
2015.
Alguns trechos tiveram
quer ser novamente licitados porque o governo fez a concorrência prevendo um
determinado valor, mas as obras tiveram de ser feitas de maneira diferente.
No mês passado, Dilma
visitou trechos da obra em Pernambuco e no Ceará. Comprometeu-se a acompanhar o
andamento do serviço e afirmou que sua presença na região era um 'marco' para a
retomada das obras.
Segundo a Integração
Nacional, o novo aumento de custo se deve a adaptações no projeto, a necessidade
de atender moradores do entorno e a reajustes de preços no setor de construção
civil.
'Há questões de
reajustes de contratos existentes e serviços adicionais que surgiram do melhor
detalhamento do projeto', disse o secretário nacional de Recursos Hídricos,
Francisco Teixeira.
A pasta também informou
ter alterado a metodologia de monitoramento de execução das obras, o que levou a
uma redução dos percentuais de andamento dos serviços
FOLHA DE S. PAULO - DANIEL CARVALHO
|
|